Recorde de recalls na indústria de alimentos acende alerta sobre falhas no controle de qualidade

Brasil registra crescimento em recalls de alimentos nos últimos anos, com impacto que pode ultrapassar R$ 10 milhões por ocorrência

A indústria de alimentos no Brasil enfrenta um sinal de alerta: os recalls de produtos cresceram nos últimos anos, colocando em risco não só a saúde pública, mas também a sustentabilidade financeira das empresas do setor. Só em 2024, foram registradas 82 ocorrências de recolhimento de alimentos, afetando 237 produtos, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do portal especializado Food Safety Brazil.

O aumento nos recalls, procedimento que obriga empresas a retirar do mercado produtos que oferecem risco à saúde ou não atendem às normas de segurança, acende um alerta para a indústria. Nem mesmo marcas consolidadas estão imunes: casos recentes mostram que erros na cadeia de produção podem colocar em risco a saúde dos consumidores e, ao mesmo tempo, gerar prejuízos milionários. O cenário evidencia os desafios do setor alimentício em garantir controle absoluto sobre processos cada vez mais complexos e rigorosamente fiscalizados.

Essa situação ganha ainda mais relevância neste 7 de junho, Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância de práticas seguras em toda a cadeia produtiva. O tema deste ano, “Segurança Alimentar: a Ciência em Ação”, coloca os olhos do setor sobre processos, tecnologia e rigor técnico para garantir que alimentos cheguem seguros ao consumidor.

Casos recentes reforçam o alerta sobre riscos na segurança dos alimentos no Brasil

Nos últimos meses, diferentes episódios acenderam um sinal de alerta sobre as falhas no controle de qualidade de alimentos no país. O surto de botulismo na Bahia, que deixou seis pessoas intoxicadas e duas mortes após o consumo de mortadela de frango contaminada, e um caso isolado, porém fatal, em Belo Horizonte, envolvendo uma torta produzida contaminada, revelam a importância da segurança dos alimentos em toda a cadeia de produção e consumo.

Além disso, outros casos ampliam a preocupação. Produtos conhecidos como “café fake” foram retirados do mercado após o Ministério da Agricultura constatar ausência de café na composição, excesso de impurezas e presença de micotoxinas superiores ao tolerado pela legislação vigente, tornando-os impróprios para consumo. No segmento de alimentos infantis, lotes precisaram ser recolhidos por apresentarem níveis elevados de aflatoxinas, toxinas com potencial cancerígeno.

Os casos recentes reforçam que a segurança dos alimentos depende de uma indústria preparada e escancaram a importância de que a indústria invista em tecnologias que assegurem a integridade dos produtos, com processos digitalizados e ações robustas de controle de qualidade, garantindo segurança em toda a cadeia, da fabricação ao consumidor final.

O impacto de um recall vai além do prejuízo financeiro

Quando um lote precisa ser retirado do mercado, os efeitos são devastadores. O impacto financeiro direto pode chegar a R$ 10 milhões por ocorrência, segundo estimativas do setor, considerando custos com logística reversa, destruição dos produtos, reposição, comunicação de crise, multas e, em alguns casos, ações judiciais. Além disso, há um impacto que nem sempre é fácil de mensurar, mas que é extremamente nocivo: o dano à reputação das marcas e à confiança dos consumidores.

Segundo um levantamento do Food Safety Brazil, entre os principais motivos que levaram ao aumento dos recalls de alimentos no Brasil estão problemas como composição inadequada, incluindo o uso de ingredientes não autorizados e falhas nutricionais, além de erros em rotulagem e na regularização dos produtos, como falta de registro ou informações incorretas nas embalagens. As falhas em Boas Práticas de Fabricação (BPF), que comprometem os processos industriais, também aparecem como fator recorrente. A esses problemas somam-se os riscos de contaminações microbiológicas, como Salmonella, E. coli e histamina, e de contaminantes químicos, como ocratoxina.

Grande parte desses problemas está diretamente relacionada a falhas no controle de processos e na gestão de dados dentro dos laboratórios de controle de qualidade e fábricas. Processos manuais, dificuldade na integração de informações e na gestão aumentam significativamente o risco de erros que acabam se transformando em crises.

“Quando um problema é identificado, o tempo de resposta é crítico. Empresas que não possuem um sistema robusto de gestão do controle de qualidade enfrentam enormes dificuldades para entender rapidamente onde está a falha, qual lote foi afetado e como agir de forma ágil para proteger o consumidor”, explica Ramon Spinassé, CEO da Actiz, empresa especializada em sistemas de gestão laboratorial.

A tecnologia como aliada na segurança dos alimentos

É nesse contexto que a tecnologia surge como uma aliada estratégica na prevenção de recalls e na proteção da saúde pública. Soluções como os Sistemas de Gerenciamento de Informações Laboratoriais (LIMS) garantem, por exemplo, a digitalização de processos, eliminando erros comuns em registros manuais e acompanhamento completo do ciclo de produção.

A adoção de um LIMS pode reduzir em até 50% o tempo necessário para executar ações corretivas em casos de recall, além de diminuir significativamente os custos associados.

“O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos é um chamado para toda a cadeia produtiva repensar seus processos. A segurança não pode depender apenas de procedimentos manuais ou controles falhos. A tecnologia tem um papel fundamental em democratizar o acesso a padrões elevados de qualidade e segurança, tornando o controle mais acessível, eficiente e preventivo”, conclui Spinassé.

Sobre o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos

A data foi criada em 2018 pela Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de chamar a atenção para os riscos associados à produção e consumo de alimentos inseguros. Estima-se que, globalmente, uma em cada dez pessoas adoeça por consumir alimentos contaminados a cada ano, segundo dados da ONU.

Sobre a Actiz

A Actiz é uma empresa especializada no desenvolvimento de solução para gestão laboratorial, com foco na digitalização de processos, rastreabilidade e conformidade regulatória. O Actiz LIMS é utilizado por laboratórios e indústrias de diferentes segmentos, incluindo alimentos, bebidas, agronegócio, meio ambiente e mineração, contribuindo para elevar padrões de qualidade e segurança. Agende uma demonstração com os nossos especialistas!

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